Eu não comecei terapia por curiosidade ou por vontade de me tornar psicanalista.
Comecei porque percebi que algo se repetia na minha vida. Situações parecidas, dores parecidas, sentimentos que voltavam — como se eu estivesse preso em um mesmo enredo que mudava de cenário, mas não de significado.
Foi ali que percebi: existia algo em mim que eu não entendia, e esse “algo” estava me fazendo sofrer.
Na psicanálise, Freud chamou esse fenômeno de “repetição inconsciente” — a tendência que todos temos de recriar, sem perceber, experiências emocionais antigas na tentativa de resolvê-las.
Só que, sem consciência, a gente não resolve — a gente repete.
E foi isso que eu estava vivendo.
Quando iniciei o processo terapêutico, vivi duas sensações opostas:
fiquei emocionado por descobrir coisas novas sobre mim, mas também triste ao perceber o quanto da minha história eu ainda não compreendia.
Freud dizia que “o inconsciente é atemporal” — ou seja, ele guarda emoções e memórias que continuam agindo hoje, mesmo que tenham acontecido há muitos anos.
Foi doloroso perceber que parte do meu presente ainda era governada por dores antigas.
Mas foi também libertador.
Porque, quando começamos a enxergar o que estava escondido, deixamos de ser marionetes das nossas próprias repetições.
Por muito tempo, acreditei que entender a alma fosse uma tarefa exclusiva da fé.
E ela continua sendo essencial — mas aprendi que fé e autoconhecimento não competem; se completam.
A terapia não substitui Deus, ela me ajudou a entender o que Deus queria curar em mim.
O psicanalista Donald Winnicott falava sobre o “verdadeiro self” — o eu autêntico, livre de máscaras, que pode existir quando não precisa mais se defender.
A terapia foi o caminho onde esse eu começou a emergir.
Eu precisei entender que a culpa não era de Deus, era da minha história.
E entender minha história não anulou a fé — aprofundou-a.
Descobrir minhas origens inconscientes foi como acender uma luz em um quarto escuro.
De repente, tudo fazia sentido: meus padrões, minhas reações, minhas escolhas.
A psicanálise, desde Freud até Lacan, fala que a liberdade não é fazer o que se quer — é conhecer o que nos faz querer.
E foi isso que mudou tudo.
Quando comecei a entender de onde vinham minhas decisões, aprendi a escolher com consciência.
Isso me trouxe mais paz, domínio próprio e verdade interior.
Essa transformação me alcançou como homem, marido, pai, filho de Deus e pastor.
Começar a terapia não é um ato de fraqueza, é um gesto de coragem.
É admitir que o que está mal resolvido dentro de nós não vai se curar com o tempo, mas com verdade, escuta e cuidado.
A psicanálise não é um lugar de julgamento, é um espaço onde o inconsciente ganha voz — e quando ele fala, a alma finalmente se reorganiza.
Se algo em você se repete, se algo dói e você não entende o porquê, talvez não seja falta de fé — talvez seja a hora de um novo olhar.
🌿 Clínica Novo Olhar
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💬 “Algumas respostas eu encontrei. Outras, encontrei na terapia.”